Projeto propõe prova para que recém-formados em Medicina exerçam profissão 

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 46667/20, que prevê a criação de uma prova obrigatória para os formandos em medicina. De acordo com o documento, os recém-médicos só poderão exercer a profissão se forem aprovados no certame.

Atualmente, quando um estudante conclui os seis anos do curso, ele recebe o diploma e também garante o CRM, podendo atuar como clínico-geral. No entanto, o projeto propõe que, após a faculdade, o formado ainda seja avaliado para atender os pacientes. 

Para começar a valer, o projeto ainda precisa passar pelo Senado e, em seguida, ser sancionado pelo presidente da República. O coordenador de Medicina do Unipam, Elcio Moreira, explicou que o estudante só poderá se inscrever no CRM se for aprovado. 

“Imagina só você entrar na faculdade e, no final, pensar que tudo o que você fez durante os seis anos está em cima de uma prova”, disse o docente.

 
Saúde mental

Conforme a professora Betânia Araújo, o exame pode não ser benéfico para a saúde mental dos estudantes. Além disso, ressaltou que marcar respostas em um gabarito foge da realidade prática da medicina, que significa estar diante de uma pessoa enferma. 

“Tem profissionais que podem se sair bem em uma prova em que se respondem alternativas, mas isso não corresponde necessariamente a toda competência acadêmica que aquele aluno teve ao longo do curso”, destacou Betânia. 

Se aprovado neste ano, o projeto deve valer para as pessoas que forem ingressar na faculdade de medicina a partir do próximo ano. Como ainda precisa passar pelo Senado, os estudantes já matriculados no curso não precisam se preocupar.