Casos de pipas na rede elétrica deixam quase 250 mil sem energia em Minas Gerais em 2025

Com a chegada do período de ventos mais fortes e céu limpo, cresce em Minas Gerais o número de ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica. Somente nos primeiros cinco meses de 2025, a Cemig registrou mais de 850 casos, que interromperam o fornecimento de energia para quase 250 mil consumidores em todo o estado. A maioria dos incidentes ocorre em áreas urbanas, onde a presença da fiação elétrica é mais concentrada.

O técnico de segurança do trabalho da Cemig, César de Jesus Souza, explica que o risco de acidentes com pipas presas à rede elétrica é alto. Segundo ele, ao tentar resgatar o brinquedo ou utilizar materiais como cerol e fios metálicos, a pessoa pode ser exposta a choques de até 13.800 volts.

“Atualmente, com a grande quantidade de redes de distribuição nos centros urbanos, a brincadeira de soltar pipas ficou inviável nesses locais. Caso a pipa fique presa em um componente da rede elétrica, a pessoa pode sofrer um choque de até 13.800 volts”, alerta o especialista.

Além da falta de energia, os acidentes podem ser fatais. Por isso, a Cemig orienta que a prática seja feita apenas em locais abertos, longe da rede elétrica, e reforça a necessidade de que pais e responsáveis alertem as crianças.

“São materiais altamente condutores e que acabam sendo energizados quando tocam os cabos da rede de energia, causando choque elétrico”, afirma César Souza.

Lei proíbe cerol e linha chilena em MG

Desde 2019, está em vigor em Minas Gerais a Lei 23.515/2019, que proíbe a comercialização e o uso de cerol ou linha chilena. A multa para quem descumprir a legislação pode chegar a R$ 276 mil, em caso de reincidência. Se a linha cortante estiver com uma criança ou adolescente, os pais ou responsáveis são notificados, e o caso é encaminhado ao Conselho Tutelar.

Além de funcionarem como condutores elétricos, cerol e linhas metálicas oferecem risco para motociclistas, pedestres e outras pessoas que participam da brincadeira. A Cemig reforça que nunca se deve tentar resgatar pipas presas em postes ou cabos, recomendando que a população acione os canais oficiais da empresa.

Fonte: César Souza, técnico de Segurança do Trabalho da Cemig.