Servidores protestam após aprovação de emenda que retira referendo popular para privatização da Copasa
Protesto ocorreu em frente ao gabinete da deputada federal Lud Falcão, que votou a favor
Os deputados mineiros aprovaram em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a obrigatoriedade de um referendo popular para a privatização da Copasa. Os servidores protestaram o resultado e ressaltaram que o cidadão tem direito de opinar.
Ao todo, foram 52 votos a favor e 18 contra. Nas galerias de todo o estado mineiro, os servidores da Companhia acompanharam de perto a votação e gritaram palavras de ordem contra a proposta que permite a privatização da estatal sem uma consulta à população.
O Governo de Minas pretende usar o dinheiro da venda da estatal para abater parte da dívida com a União que, atualmente, ultrapassa R$ 170 bilhões. De acordo com a deputada federal Ana Paula Siqueira (REDE), o governador Romeu Zema quer aumentar as tarifas.
“Zema é o governador que autoriza a destruição das nossas serras, que contamina as nossas águas e quer aumentar o preço da tarifa de água para a população mais simples”, alegou Ana Paula.
Indignação
Após a aprovação, o clima entre os trabalhadores foi de indignação. O presidente do Sindágua, Eduardo Pereira, alertou que a privatização pode aumentar as contas e diminuir a qualidade dos serviços. Segundo ele, os trabalhadores também temem demissões.
“Os 52 deputados votaram contra o povo, porque isso vai afetar diretamente a conta de água do consumidor. É importante entender que a Copasa está presente em 637 municípios e parte deles está nas regiões mais vulneráveis do nosso Estado”, disse o presidente.
Segundo Eduardo, o patrimônio público não deve ser usado para cobrir rombos financeiros e espera que os deputados repensem no segundo turno. Diante deste cenário, o sindicato anunciou uma greve dos servidores por tempo indeterminado a partir do dia 4 de novembro.
“Ele [Zema] não precisa vender a Copasa para o abatimento da dívida, pelo contrário, a Copasa pode ser usada, se cumprirmos a Lei do Propague, para a redução da dívida mesmo sem a venda dela”, relatou Eduardo.
Protesto
O protesto ocorreu em frente ao gabinete da deputada federal Lud Falcão (PODEMOS), que votou a favor. Em nota, a parlamentar disse que a manifestação é livre e um direito dos servidores da Copasa, e manifestou respeito aos trabalhadores da companhia.
Em nota, a Companhia informou que a deputada Lud Falcão votou a favor da PEC por entender que a Copasa deixou de cumprir o papel que a população mineira espera. De acordo com a empresa pública, a insatisfação é geral. Leia a nota completa na íntegra.
Nota Copasa
A deputada Lud Falcão votou a favor da PEC por entender que a Copasa deixou de cumprir o papel que a população mineira espera de uma empresa pública. A insatisfação é geral: falta de água, tarifas abusivas, falta de manutenção e promessas não cumpridas se repetem em praticamente todas as cidades do Estado.
“Todo mundo sabe o quanto a Copasa é ineficiente. O mineiro paga caro e não tem retorno. As cidades sofrem com descaso, obras paradas e demora nas soluções. O que estamos buscando é mudar esse cenário e garantir um serviço de qualidade para as pessoas”, afirma a deputada.
Lud reforça que não é possível aceitar que Minas continue presa a um modelo antigo, caro e ineficaz, que há anos acumula reclamações e não entrega resultados.“Minas precisa de eficiência, transparência e respeito com o cidadão. O que não dá é continuar apostando em um sistema que não funciona e penaliza quem mais precisa”, completa.
A deputada lembra que seu mandato é pautado por resultados concretos e por entregas que melhoram a vida das pessoas. Entre as conquistas, estão os recursos destinados para a Santa Casa, a construção e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), os investimentos na MGC-354, além de obras de recapeamento, videomonitoramento, equipamentos para hospitais e melhorias em escolas em toda a região.
“O meu voto é coerente com o que sempre defendi: resultados de verdade e um Estado que funcione. O mineiro merece mais do que desculpas — merece respeito, eficiência e qualidade nos serviços que paga para ter”, conclui Lud Falcão.
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