Diagnóstico tardio e falta de conhecimento mascaram sinais de Autismo e TDAH
Ciência e serviços de saúde negligenciaram manifestações dos transtornos nas mulhere

Os casos de diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) descobertos de forma tardia continuam aumentando entre as mulheres. A demora do diagnóstico e a importância do tratamento precoce.
A dona de casa Nayara Aparecida de Lima sempre soube que era diferente das outras pessoas. No entanto, tudo mudou quando os dois filhos pequenos começaram a apresentar sinais de autismo. Ao buscar o diagnóstico para as crianças, percebeu semelhanças.
“Depois do diagnóstico, eu passei a entender que eu não era ‘estranha’, era uma coisa real, concreta”, disse Nayara.
Alerta
O caso de Nayara não é isolado. Nos últimos anos, especialistas têm alertado para o grande número de diagnósticos tardios de TEA e TDAH em mulheres. Por muito tempo, a ciência e os serviços de saúde negligenciaram as manifestações dos transtornos femininos.
Segundo o psiquiatra Rafael Vinhal, os sintomas nas mulheres podem ser mais sutis, internalizados e camuflados. Além disso, existe mais facilidade em se adaptarem devido à "Camuflagem Social", ao aprender e imitar comportamentos sociais esperados.
“Na vida adulta, ela é muitas vezes diagnosticada com transtorno depressivo, ansioso, bipolar ou borderline, mas não se viu na infância que aquela menina já tinha características autísticas”, explicou o especialista.
Diagnóstico
Após o diagnóstico, Nayara relatou que finalmente conseguiu se entender melhor. A demora no diagnóstico pode ter efeitos irreversíveis na saúde mental e na autoestima das mulheres, sendo de extrema importância que os transtornos sejam descobertos quanto antes.
“Autismo não tem cura, mas se a pessoa estiver em dia com a terapia e tiver uma rede de apoio, vai ter mais facilidade em lidar com a situação”, apontou a dona de casa.
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