Produtores do CEASA enfrentam dificuldades com sobras e prejuízos após chegada de hipermercados em Patos de Minas

Produtores rurais que atuam no CEASA de Patos de Minas têm enfrentado dificuldades para escoar a produção de frutas, verduras e hortaliças. Além dos desafios naturais trazidos pelo período de chuvas, eles agora convivem com a concorrência dos hipermercados instalados recentemente na cidade, o que tem reduzido a procura pelos produtos locais e causado prejuízos.

De acordo com o 4º boletim hortigranjeiro do ano, divulgado na última quinta-feira (24/4) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve uma queda média de 5,34% no preço da batata em março. A alface também registrou redução de mais de 8%, impactada pela maior oferta e pela queda na qualidade, devido ao calor e às chuvas. A boa produção da safra das águas segue influenciando positivamente o abastecimento de algumas hortaliças.

Apesar da tendência nacional de alta para alguns produtos, a situação no CEASA de Patos de Minas é diferente. Produtores relatam que, no mercado local, o preço do tomate, por exemplo, não teve um aumento significativo, variando conforme a produção de cada safra.

Se, por um lado, os produtores já estão acostumados a enfrentar as variações climáticas, o surgimento dos hipermercados foi um fator novo e preocupante. Segundo Vinícius de Oliveira, produtor rural, a concorrência desleal tem provocado um cenário de sobras no CEASA, agravando os prejuízos ao longo do ano. Ele afirma que muitos comerciantes locais têm dificuldades para vender seus produtos e que a situação se torna ainda pior porque esses hipermercados não consomem praticamente nada da produção agrícola da cidade.

Diante desse cenário, os produtores fazem um apelo para que haja maior valorização da produção local, buscando alternativas que garantam a sobrevivência do setor e a continuidade das atividades agrícolas em Patos de Minas