Especialistas alertam para riscos do consumo de refrigerantes e ultraprocessados na infância
Obesidade, colesterol alto e doenças metabólicas estão entre os problemas associados ao excesso de açúcar e alimentos industrializados

O consumo frequente de refrigerantes com alto teor de açúcar entre crianças tem se tornado um hábito cada vez mais comum — e preocupante. Médicos e nutricionistas infantis alertam que esse comportamento pode causar sérios danos à saúde desde os primeiros anos de vida.
A endocrinologista infantil Karina Alvarenga explica que o excesso de açúcar está diretamente ligado ao aumento dos casos de obesidade infantil, alterações no colesterol, glicemia elevada e até o surgimento da chamada síndrome metabólica — um conjunto de fatores que aumentam o risco de doenças cardíacas e diabetes.
Segundo a médica, o estilo de vida moderno, marcado pela falta de tempo dos pais e pela praticidade dos alimentos industrializados, tem contribuído para esse cenário.
“Vivemos a síndrome da vida moderna. O pai e a mãe não têm tempo, e a alimentação das crianças acaba sendo baseada em produtos ultraprocessados e prontos para o consumo. O maior prejuízo disso é a obesidade infantil. Crianças que consomem esses alimentos vindos do supermercado desenvolvem problemas de saúde típicos de adultos, como colesterol alto e doenças metabólicas”, explica.
Diante disso, a endocrinologista reforça que o ideal é evitar completamente o consumo de refrigerantes, especialmente entre as crianças menores. Ela orienta que a melhor alternativa é oferecer alimentos naturais.
“A gente não deveria nem oferecer refrigerante. O ideal é tomar água e consumir frutas, que seriam as melhores opções”, recomenda Karina.
A orientação dos profissionais da saúde é que pais e responsáveis incentivem hábitos alimentares equilibrados desde cedo, priorizando frutas, verduras, legumes e água no lugar de refrigerantes e alimentos ultraprocessados.